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  1. O gene regulador determina a síntese de um repressor que está ativo;

  2. O repressor bloqueia o gene promotor ao ligar-se ao operador;

  3. A enzima RNA-polimerase não se liga ao promotor;

  4. Os genes estruturais não são transcritos;

  5. Não ocorre a síntese das três enzimas.

  • Na ausência de Lactose

   A engenharia genética recorre a técnicas de biologia molecular para a manipulação de genes, alterando a sua estrutura de DNA as suas características. Esta técnica é conhecida por DNA recombinante  e permite recombinar o material genético de um gene de um determinado individuo, com material genético de uma outra espécie. Esta técnica é utilizada para: aumento de produtividade de determinadas plantas; aumento nutritivo de determinada espécie; aperfeiçoamento e rentabilização dos processos de produção de vinho, iogurtes, queijos; em testes de paternidade e diagnósticos de doenças infeciosas e genéticas; desenvolvimento de organismos geneticamente modificados (OGM); estudos de mecanismos de replicação e expressão génica; determinação da sequência de um gene e proteína codificada; produção de medicamentos, entre outras aplicações.

 

Um dos primeiros medicamentos feito através da DNA recombinante foi a insulina humana.

   A insulina foi descoberta em 1932 e significou um grande avanço da ciência, pois naquela época os mecanismos do metabolismo de nutrientes eram poucos conhecidos. Vários estudos foram realizados com esse hormônio e descobriram que além de limitar a utilização de glicose pelo músculo, ela também trabalhava como ativadora de enzimas, com transportadora de glicose, alterava o potencial de membrana e favorecia a entrada de cátions e aminoácidos na célula.

   A insulina afeta o metabolismo da glicose, dos aminoácidos e dos ácidos graxos. Seus efeitos são muito amplos e agem em muitos órgãos e células.

   Após ser secretada e transportada aos tecidos ela começa ser degradada, principalmente pelo fígado, rins e músculos.

  • Genéticas: As mutações génicas ocorrem quando se dá uma alteração pontual ao nível dos nucleótidos de um gene, constituindo-se, deste modo, uma nova versão do gene.

- Substituição (exemplo: anemia falciforme, fenilcetonúria)

A A C T G G C A

T T G A C C G T

A A C T A G C A

T T G A T C G T

- Inserção

A C C G A T C (G) A T G

T G G C T A G  (C)  T A C

A C C G A T C G A T G

T G G C T A G C T A C

- Deleção

A C C G A T C A T G

T G G C T A G T A G

A C C G T C A T G

T G G C A G T A C

Nota: 

          O efeito de uma mutação numa célula é totalmente imprevisível. Nuns casos pode ser benéfico, porque conduz a uma característica que é vantajosa, porém noutros casos, pode ser profundamente prejudicial, alterando o funcionamento normal da célula ou conduzindo mesmo à sua morte.

Efeito Neutro

Uma mutação neutral é aquela que ocorre em um codão e que resulta num uso de um aminoácido diferente mas quimicamente semelhante. 

É semelhante a uma mutação silenciosa, onde uma mutação no codão codifica o mesmo aminoácido.

Exemplo: AUU - AUC - leucina (redundância do código genético).

- Relativamente às mutações, importa sobretudo distinguir se ocorrem em células da linha germinativa ou em células somáticas.

   Mutação somática: origina um conjunto de células mutantes idênticas entre si. Pode afetar a vida de um indivíduo mas não afeta a sua descendência, a não ser em casos de reprodução assexuada.

   Mutação da linha germinativa: transmitida aos descendentes uma vez que está presente em todas as células.

  • Cromossómicas: Erros que afetam, quer a estrutura dos cromossomas, quer o seu número.​​

- Mutações cromossómicas estruturais: É frequente ocorrerem quebras de cromossomas e a sua reorganização e união nem sempre se processar da melhor forma. Nestes casos o número de cromossomas mantém-se, mas o seu material genético altera-se devido a perdas, ganhos ou rearranjos de determinadas porções, originando-se mutações cromossómicas estruturais.

> Deleção

  • Perda de material cromossómico;

  • Associadas a grandes incapacidades.

> Duplicação

  • Repetição de uma porção de cromossoma;

  • Importante na evolução - fornece informação genética complementar, capaz de assumir novas funções.

> Inversão

  • Um segmento cromossómico experimenta uma rotação de 180º em relação à posição normal.

> Translocação

  • Transferência de uma porão de cromossoma para outro não homólogo;

  • Possível também ocorrer troca de de segmentos entre cromossomas não homólogos;

  • Pode alterar o tamanho e posição do centrómero.

- Mutações cromossómicas numéricas:

  • Não disjunção de cromossomas homólogos na divisão I;

  • Não disjunção de cromatídios na divisão II.

Operão trp

 

   O triptofano é um aminoácido que poder produzido pela E.Coli através de uma cadeia de síntese que mobiliza várias enzimas. Estas enzimas surgem como resultado da atividade de genes estruturais.

Promotor: região onde a enzima RNA polimerase, responsável pela transcrição dos genes estruturais, se liga.

Operador: gene onde se pode ligar o repressor, impedindo a transcrição dos 3 genes estruturais.

Nota: O repressor provém da proteína.

  1. O gene regulador determina a síntese de um repressor;

  2. A lactose liga-se ao repressor inativando-o;

  3. O gene operador fica desbloqueado;

  4. A enzima RNA polimerase liga-se ao operador;

  5. Os genes estruturais são transcritos;

  6. Dá-se a síntese das enzimas.

  • Na presença de Lactose

Património genético

   Genética é a ciência dos genes, da hereditariedade e da variação dos organismos. Ramo da biologia que estuda a forma como se transmitem as caraterísticas biológicas de geração para geração. O termo genética foi primeiramente aplicado para descrever o estudo da variação e hereditariedade, pelo cientista William Bateson numa carta dirigida a Adam Sedgewick, da data de 18 de Abril de 1908.

 

  • Já no tempo da pré história, os agricultores utilizavam conhecimentos de genética através da domesticação e do cruzamento seletivo de animais e plantas para melhorar suas espécies. Atualmente é a genética que proporciona as ferramentas necessárias para a investigação das funções dos genes, isto é, a análise das interações genéticas. No interior dos organismos, a informação genética está normalmente contida nos cromossomos, onde é representada na estrutura química da molécula de DNA o que diminui bastante o tempo de espera no cruzamento das espécies.

   Em 1866, Gregor Mendel estabeleceu pela primeira vez os padrões de

hereditariedade de algumas características existentes em ervilheiras, mostrando

que obedeciam a regras estatísticas simples. Embora nem todas as características

mostrem estes padrões de hereditariedade mendeliana, o trabalho de Mendel

provou que a aplicação da estatística à genética poderia ser de grande utilidade.

 

   A partir da sua análise estatística, Mendel definiu o conceito de alelo como sendo

a unidade fundamental da hereditariedade. O termo "alelo" tal como Mendel o

utilizou, expressa a ideia de "gene", enquanto que nos nossos dias ele é utilizado

para especificar uma variante de um gene.

   Só depois da morte de Mendel é que o seu trabalho foi redescoberto, entendido

(início do século XX) e lhe foi dado o devido valor por cientistas que então

trabalhavam em problemas similares.

Nota: Cada cromossoma apresenta na sua constituição uma longa molécula de DNA 

(ácido desoxirribonucleico) que é portadora da informação genética. O DNA é

constituído apenas por 4 tipos de unidades químicas, os nucleótidos, representados

internacionalmente por 4 letras (ATCG) relativas às quatro bases (adenina, timina,

citosina e guanina) que fazem parte desses nucleótidos e que se encadeiam e sucedem por uma ordem específica.

  • Como resultado da diversidade de lotes de cromossomas que se podem formar aquando da formação dos gâmetas e ainda devido aos fenómenos de crossing-over que ocorrem durante a meiose, constitui-se uma grande diversidade de gâmetas que se podem associar de todas as formas possíveis na fecundação. Por estas razões, os indivíduos da mesma espécie apresentam, em regra, uma grande variabilidade.

No vídeo abaixo é possível estabelecer alguns conceitos básicos á genética:

Herança Ligada ao Sexo

   Os cromossomos sexuais são aqueles que determinam o sexo dos indivíduos. As mulheres possuem 2 cromossomos X, enquanto os homens possuem um cromossomo X e um Y. Desse modo, é o gameta masculino que determina o sexo dos filhos. Como os cromossomos X tem muito mais genes o que o Y, alguns dos genes do X não têm alelo correspondente no Y, desse modo determinam a herança ligada ao cromossomo sexual ou ligada ao sexo.

   O daltonismo e a hemofilia são exemplos de doenças determinadas por genes presentes no cromossomo X. O daltonismo, que é um tipo de cegueira para cores, é uma condição produzida por um alelo mutante responsável pela produção de um dos pigmentos visuais.

Contributo de Mendel:

  Gregor Mendel (1822-1884) – monge da República Checa, filho de um agricultor e com poucos recursos económicos. Estudou a hereditariedade e é considerado o pai da genética.

   As leis de Mendel foram estabelecidas a partir da análise estatística de resultados experimentais obtidos em cruzamentos realizados com a ervilheira (Pisum sativum). A ervilheira é uma planta que apresenta caraterísticas adequadas ao estudo da hereditariedade, uma vez que possui características diferentes e contrastantes, fácil cultivo e rápido crescimento, obtenção de várias gerações e elevado número de descendentes num curto período de tempo e flor com estrutura adequada à autopolinização e ao controlo da fecundação.

  • Para se realizar polinização cruzada, removem-se os estames numa fase em que ainda não são capazes de produzir grãos de pólen e, posteriormente, fertiliza-se essa planta com o pólen proveniente de outra planta escolhida.

  • Mendel teve o cuidado de utilizar linhas puras, isto é, plantas que, quando autopolinizadas, originam uma descendência igual entre si e igual aos seus progenitores (relativamente a uma determinada característica). Para obter linhas puras, Mendel cruzava ervilheiras idênticas em relação a uma determinada característica, durante várias gerações e eliminava sucessivamente aquelas que surgiam com uma variação dessa característica, diferente daquela que ele pretendia obter.

Mendel começou a sua investigação com a análise da transmissão de um carácter isoladamente (monoibridismo).

  1. Monoibridismo - O monoibridismo é o cruzamento entre indivíduos em que se considera a transmissão de um só carácter. Para cada uma destas caraterísticas selecionadas e durante dois anos, Mendel tentou isolar linha puras, ou seja, indivíduos que, cruzados entre si, originam uma descendência toda igual entre si e igual aos progenitores, para o carácter considerado.

   Selecionadas as linhas puras, Mendel efetuou cruzamentos parentais, isto é, cruzamentos entre indivíduos pertencentes a essas linhas puras, que expressão de forma antagónica (diferente/opostas) o carácter considerado. Para conseguir este cruzamento, Gregor Mendel recorreu ao modo de polinização cruzada artificial. A análise dos dados recolhidos nos ensaios revelou:

  1. A geração F1 é uniforme em relação ao caráter em estudo manifestando a caraterística de um dos progenitores.

  2. Na segunda geração surgem ambas as caraterísticas na proporção de 3:1.

  3. Se dois alelos são antagónicos, um é dominante, sendo totalmente responsável pelo fenótipo, enquanto que o outro é recessivo, pelo facto de não se manifestar quando em presença do dominante correspondente. Portanto, o fator recessivo só se manifesta quando o indivíduo é linha pura.

  4. Na formação dos gâmetas os dois fatores (genes) separam-se - cada gâmeta fica só com um fator de cada par (princípio da segregação fatorialLei da Pureza dos Gâmetas / Primeira Lei de Mendel).

  5. Existem dois fatores alternativos que informam para o carácter.

  6. Para cada carácter, um organismo herda dois factores, um de cada progenitor

  7. Se os dois factores forem antagónicos, um é dominante (representado por uma maiúscula, ex. L) e é totalmente responsável pelo aspeto manifestado, enquanto o outro, chamado recessivo (representado por um letra minúscula, ex. r) não interfere na aparência do indivíduo.

Atual interpretação dos resultados de Mendel

  • Cada indivíduo da geração parental, sendo linhas puras, apresenta um genótipo formado por dois alelos iguais para um determinado carácter, chamando-se, por isso, homozigóticos para essas características;

  • Ao formarem gâmetas, cada um dos progenitores, por ser homozigótico para esta característica, apenas pode formar gâmetas com um tipo de alelo;

  • A união dos gâmetas da geração parental conduz à formação de indivíduos que constituem a geração F1, os quais possuem dois alelos diferentes para o carácter considerado, chamam-se por isso heterozigóticos;

  • Os indivíduos heterozigóticos, híbridos da primeira geração, originam gâmetas que são portadores do alelo P e outros que são portadores do alelo p;

  • A autopolinização que ocorreu nos indivíduos de F1 pode conduzir à reunião de gâmetas portadores de formas alélicas iguais ou diferentes.

 

Para facilitar a visualização das combinações possíveis de gâmetas, recorre-se ao xadrez mendeliano:

Xadrez mendeliano

   O xadrez mendeliano é um quadro de dupla entrada em que num dos lados se escrevem os tipos de gâmetas possíveis que um dos progenitores pode formar e no outro lado os gâmetas possíveis que podem ser formados pelo outro progenitor. Efetua-se, seguidamente, todas as combinações possíveis entre os diferentes gâmetas escrevendo nos quadrados respetivos do xadrez, destinando-se cada quadrado a cada uma das combinações possíveis. 

   Através do xadrez mendeliano podem prever-se os genótipos e os fenótipos possíveis dos descendentes de um cruzamento bem como a probabilidade desses genótipos e fenótipos ocorrerem.

 

  2. Cruzamento-teste - Uma das formas de averiguar o genótipo de indivíduos que fenotipicamente revelam a característica do alelo dominante é cruzar esses indivíduos homozigóticos recessivos e analisar a respetiva descendência. por esta razão, estes cruzamentos são chamados de cruzamentos-teste, também conhecidos por retrocruzamentos.

 

  3. DiibridismoA Primeira Lei de Mendel trata do chamado monoibridismo, ou seja, do estudo de uma característica. Todavia, em um determinado momento do seu trabalho, Mendel passou a analisar simultaneamente duas ou mais características. O acompanhamento simultâneo de dois pares de genes alelos se chama diibridismo; de três pares, triibridismo e assim sucessivamente.

   Ao efetuar cruzamentos de plantas homozigóticas para os dois caracteres em estudo (ex.: forma e cor da semente) verificou que:

  1. Existe uma uniformidade dos híbridos da primeira geração (F1) em relação aos caracteres em estudo, manifestando-se os caracteres dominantes. Os recessivos não se manifestam. Todas as sementes são amarelas e lisas;

  2. A geração F2 revelou-se heterogénea surgindo, além dos parentais (amarelo/liso - AALL e verde/rugoso - aall), outros dois novos fenótipos (verde/liso e amarelo/rugoso).

  3. Mendel conclui que os pares de factores hereditários se comportam de uma forma independente, distribuindo-se ao acaso nos gâmetas. A união aleatória dos quatro tipos de gâmetas origina dezasseis fenótipos, com as seguintes proporções fenotípicas:

  • 9 amarelas e lisas;

  • 3 amarelas e rugosas;

  • 3 verdes e lisas;

  • 1 verde e rugosa.

Leis de Mendel 

 

   1ª lei de Mendel: os dois elementos de um par de genes alelos separam-se durante a formação dos gâmetas, de tal modo que há probabilidade de metade dos gâmetas transportar um dos alelos e a outra metade transportar o outro alelo.

 

   2ª lei de Mendel: durante a formação das gâmetas, a segregação dos alelos de um gene é independente da segregação dos alelos de outro gene.

Teoria Cromossómica da Hereditariedade

   A redescoberta dos trabalhos de Mendel, no inicio do séc. XX, a par do estudo da mitose, da meiose e da fecundação permitiram explicar, através de processos celulares, as conclusões de Mendel:

- Os genes estão localizados nos cromossomas;

- Os cromossomas formam pares homólogos que possuem, no mesmo locus, alelos para o mesmo carácter;

- O genótipo de um indivíduo, para um determinado carácter, é constituído por dois alelos. Isto acontece porque cada cromossoma, de um par de homólogos, possui no mesmo locus um alelo para esse carácter;

- Em cada par de cromossomas homólogos, um tem origem materna e outro, paterna;

- Durante a meiose ocorre disjunção dos homólogos que são transmitidos, separadamente, para cada gâmeta (segregação dos alelos);

- Cada gâmeta pode conter qualquer combinação de cromossomas (e de genes) dado que a segregação dos alelos localizados em cromossomas diferentes é independente;

- A fecundação permite que, no ovo, cada gene volte a estar representado por dois alelos localizados em loci (plural de locus) correspondentes de cromossomas homólogos.

  • Alguns estudos sobre a hereditariedade que se realizaram depois de Mendel não respeitavam os princípios mendelianos. Contudo, verificou-se que, mesmo nestas situações, o modo de transmissão das características continuava a ser baseada no “modelo” proposto por Mendel.

   A primeira lei de Mendel diz que cada característica de um indivíduo é condicionada por um par de fatores (genes) que se separam na formação dos gametas, nos quais ocorrem em dose única.

   Geralmente, aplicamos esta lei aos casos de dominância completa, em que um dos alelos que domina sobre outro em heterozigose impedirá que ele se expresse. Este tipo de herança é um mecanismo genético muito comum nos seres vivos.

   Porém, há outros casos em que esta lei de Mendel se aplica: a codominância e a dominância completa (ou ausência de dominância).

   Nem todas as características são herdadas como a cor da semente da ervilha, em que o gene para a cor amarela domina sobre o gene para cor verde. Muito frequentemente a combinação dos genes alelos diferentes produz um fenótipo intermediário. Essa situação ilustra a chamada dominância incompleta ou parcial. Um exemplo desse tipo de herança é a cor das flores maravilha. Elas podem ser vermelhas, brancas ou rosas. Plantas que produzem flores cor-de-rosa são heterozigóticas, enquanto os outros dois fenótipos são devidos à condição homozigótica.

Fonte: http://blogdoenem.com.br/biologia-genetica-lei-mendel-2/, consultado a 20 de novembro de 2016, às 18:15h.

Fig. 3: Codominância incompleta - flor maravilha.

Fig. 1: Gregor Mendel.

   O exemplo clássico para este mecanismo de herança é o da flor maravilha (Mirabilis jalapa), figura 2. Há basicamente três variações de cores nas pétalas dessas flores: vermelha, condicionada pelo par de genes CVCV; branca, condicionada pelos genes CBCB; rosa, condicionada pelos genes CVCB.  O fenótipo rosa (heterozigoto) apresenta uma coloração intermediária em relação às colorações dos homozigotos. Isto acontece porque o alelo CV para a cor vermelha não consegue produzir pigmento vermelho suficiente para dar a coloração vermelha à planta. Como o alelo CB para a cor branca não produz pigmento algum, a flor terá pétalas rosas.

   Assim, como explicado no parágrafo anterior, se cruzarmos plantas vermelhas com brancas, teremos uma geração F1 100% heterozigota com fenótipo rosa. Caso façamos o cruzamento da geração F1, os indivíduos da geração F2 seguirão na proporção:

1 vermelha;

1 branca;

1 rosa.

   A dominância Incompleta (ou codominância) é o termo utilizado pelos geneticistas para descrever situações em que o fenótipo dos indivíduos heterozigóticos é intermediário, em termos quantitativos, entre os fenótipos dos dois homozigóticos, ou seja, quando não há relação de dominância e recessividade entre os alelos de um gene responsável por uma característica, surge no heterozigoto um fenótipo intermediário.

  Ocorre em indivíduos heterozigóticos que apresentam fenótipos intermédios entre os seus progenitores de linhagens puras, isto acontece porque uma única copia do gene funcional não ser suficiente para assegurar o fenótipo, em outras palavras a expressão génica de um único gene não é suficiente para produzir uma quantidade mínima de enzima, por exemplo.

Na figura 3 e 4 é possível ver alguns exemplos de codominância.

Fig. 4: Zebróide, um híbrido da zebra.

Fonte: http://files.geneticavirtual.webnode.com.br/200000229-9d2849e222/cav.png consultado a 05 de janeiro de 2017, às 15:53h.

Fig. 5: Codominância, pelagem vermelha e branca.

   Apresentam as listas como as zebras por todo o corpo ou normalmente só por uma parte ou partes distintas do corpo. A forma do seu corpo assemelha-se a um cavalo.

   Os genes do cavalo são dominantes, mas neste cruzamento apresenta só uma parte na geração F1. É codominante.

   Quando ambos os alelos de um par se expressam inteiramente um heterozigoto (Fig. 4). Tais alelos atuam de maneira distinta. De maneira geral, os dois produtos são os mesmos, mas diferentes na sequência exata de aminoácidos, e portanto produzem fenótipos distintos.

   Há uma diferença entre a ausência de dominância e codominância: no primeiro caso, um dos alelos não produz proteína (como o no caso da cor branca da flor maravilha, em que o alelo não produz pigmento), já na codominância, os dois alelos envolvidos produzirão proteínas, sendo assim, o indivíduo expressará os dois genes.

   Um exemplo clássico de codominância é a produção de diferentes cores de pelagem de alguns animais, como em bovinos. Na raça de bovinos Shorthorn, indivíduos avermelhados são gerados por homozigose do alelo V, indivíduos brancos por homozigose do alelo B e indivíduos malhados (com manchas brancas e avermelhadas) são condicionados por heterozigose (VB). 

Fonte: http://files.geneticavirtual.webnode.com.br/200000229-9d2849e222/cav.png consultado a 05 de janeiro de 2017, às 16:17h.

Fig. 6: Codominância, pelagem vermelha e branca.

Fonte: http://blogdoenem.com.br/biologia-genetica-lei-mendel-2/, visualizado a 20 de novembro de 2016, às 17:58h.

Vídeo 2: Primeira Lei de Mendel Genética - Lei da Segregação dos Fatores.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=prA82ejgMiA, visualizado a 20 de novembro de 2016, às 19:40h.

Vídeo 1: Genética Princípios Básicos - Genótipo Fenótipo Gene Dominante e Recessivo.

Fonte: https://thumbs.dreamstime.com/z/gentica-da-hemofilia-27394009.jpg, consultado a 15 de novembro de 2016, às 20:07h.

Fig. 2: Representação da transmissão hereditária da hemofilia, cujos genes se localizam no cromossoma X.

Hereditariedade ligada aos cromossomas sexuais

   Thomas H. Morgan, foi um embriologista da Universidade de Colúmbia, desenvolveu em 1910 estudos genéticos com a mosca da fruta Drosophila melagaster. Foi prémio Nobel em 1933, pelo seu contributo para o avanço da genética, provando que os cromossomas são portadores de genes.

 

   Morgan iniciou os seus estudos estudando a hereditariedade da cor dos olhos da Drosophila. A cor de olhos da mosca da fruta selvagem mais frequente é cor vermelha, no entanto, outras moscas tinham olhos de cor branca (mutantes).

   Começou então a cruzar fêmeas de olhos vermelhos com machos de olhos brancos. A escolha da Drosophila como excelente “material” biológico a estudar está relacionado por: ter dimensões reduzidas; ter um ciclo de vida muito curto e que produz um número elevado de descendentes; distinguir-se bem a fémea do macho (dimorfismo sexual), ter um número reduzido de cromossomas; possuir uma diversidade de características controláveis e a cultura e manipulação em laboratório serem relativamente fáceis.

  • A Drosophila tem um cariótipo constituído por apenas 8 cromossomas (4 pares), logo tem necessariamente mais que um gene em cada cromossoma.

   Morgan, cruzou as fêmeas de olhos vermelhos com os

machos de olhos brancos e obteve na primeira geração

(F1) descendentes apenas com olhos de cor vermelha, o

que demonstra que o alelo da cor branca é recessivo.

   Até aqui, tudo de acordo com os estudos de Mendel,

no entanto verificou-se que os olhos brancos apenas se

manifestavam nos machos e embora os olhos de cor 

vermelha também se manifestasse nos machos, a

proporção relativa às fêmeas era muito menor.

 

  • Morgan sabia que dos 4 pares de cromossomas da

mosca, um determinaria o sexo. Na fêmea estes

cromossomas eram de morfologia igual XX e no macho

diferente XY, em que Y é mais pequeno e com menos

genes que X. 

  • Na formação dos gametas, na meiose, nas fêmeas, os gametas serão sempre iguais, dado que provém de

dois cromossomas XX, mas nos machos um gameta é X e outro é Y. Quando ocorre a fecundação, o zigoto trás consigo informação específica relativamente ao sexo: se os dois gametas forem X, então forma-se uma fêmea se um for X e outro Y, forma-se um macho. Posto isto, Morgan deduziu:  Se a cor dos olhos da mosca-da-fruta se encontra no cromossoma X, este manifestar-se-á sempre no fenótipo dos machos, pois não existe outro alelo no cromossoma Y.

   As características hereditárias que dependem de genes localizados no cromossoma X dizem-se características ligadas ao sexo.

  O seguinte procedimento foi fazer o cruzamento reciproco, ou seja cruzar um macho de olhos vermelhos e uma fêmea de olhos brancos, e o resultado foi:

 

- 25% de fêmeas com olhos vermelhos;

- 25% de fêmeas com olhos brancos;

- 25 % de machos com olhos vermelhos;

- 25% de machos de olhos brancos.

   Ao interpretar os dados dos dois cruzamentos segundo a hipótese de Morgan ( alelo que determina o cor está no cromossoma X) permitiu explicar os resultados obtidos. Morgan concluiu que os genes se encontravam nos cromossomas e alguns deles nos cromossomas sexuais.

Segregação independente

   A segunda Lei de Mendel ou também anunciada por diibridismo, refere-se à segregação (separação) independente dos fatores, isto é, a separação de dois ou mais pares de cromossomas homólogos, para formação dos gâmetas.

   O principio para essa segregação tem suporte a anáfase I da fase meiótica, instante em que ocorre o afastamento dos cromossomas homólogos (duplicados), paralelamente dispostos ao longo do fuso meiótico celular.

   Dessa forma, a proposição da segunda Lei de Mendel tem como fundamento a análise dos resultados decorrentes às possibilidades que envolvem não mais o estudo de uma característica isolada (primeira Lei de Mendel), mas o comportamento fenotípico envolvendo duas ou mais características, em consequência da combinação de agrupamentos distintos quanto à separação dos fatores (genes alelos/genótipo) na formação dos gâmetas.

Nota: Mendel concluiu que as características analisadas não dependiam uma das outras, portanto, são consideradas características independentes, ou seja, os pares de fatores hereditários se comportam de uma forma independente, distribuindo-se ao acaso nos gâmetas.

Ligação Factorial

   Os genes dizem-se ligados factorialmente ou em linkage quando se encontram num mesmo cromossoma e fisicamente próximos uns dos outros, muitas vezes sendo transmitidos em conjunto, no entanto os genes presentes no mesmo cromossoma não se comportam como uma unidade indissociável, pois durante a meiose (prófase I), na formação de gâmetas, podem ocorrer fenómenos de crossing-over.

   No caso da segunda Lei de Mendel, haverá 25% de cada fenótipo. No linkage com crossing-over, todavia, os dois fenótipos parentais surgirão com maior frequência do que as dos recombinantes.

   A explicação para isto reside no facto de, durante a meiose, a permuta não ocorrer em todas as células, sendo na verdade um evento relativamente raro.

Nota: A escolha da Drosophila como um «excelente» material biológico a estudar está relacionado por:

  • Ter dimensões reduzidas;

  • Ter um ciclo de vida muito curto, produzindo um número elevado de descendentes;

  • Distingui-se bem a fêmea do macho (difurmismo sexual);

  • Ter um número reduzido de cromossomas;

  • Possuir uma diversidade  de características controláveis e a cultura e manipulação em laboratório serem relativamente fáceis.

   Assim, Morgan cruzou moscas selvagens de corpo cinza e asas longas com mutantes de corpo preto e asas curtas (chamadas de asas vestigiais). Todos os descendentes de F1 apresentavam corpo cinza e asas longas, em que o gene que condiciona corpo cinza (P) domina o que condiciona o corpo preto (p), assim como o gene para asas longas (V) é dominante sobre o (v) que condiciona surgimento de asas vestigiais.

   De seguida Morgan cruzou descendentes de F1 com duplo-recessivos. O objetivo era que os resultados dos cruzamentos-teste revelassem se os genes estavam localizados em cromossomas diferentes (segregação-independente) ou no mesmo cromossoma (linkage). Porém, nenhum dos resultados esperados foi obtido. A separação e a contagem dos descendentes de F2 revelou o seguinte resultado:

  • 41,5% de moscas com o corpo cinza e asas longas;

  • 41,5% de moscas com o corpo preto e asas vestigiais;

  • 8,5% de moscas com o corpo preto e asas longas;

  • 8,5% de moscas com o corpo cinza e asas vestigiais.

   Ao analisar esse resultado, Morgan convenceu-se de que os genes P e V localizavam-se no mesmo cromossomo. Se estivessem localizados em cromossomos diferentes, a proporção esperada seria outra (1: 1: 1: 1). No entanto, restava a dúvida: como explicar a ocorrência dos fenótipos corpo cinza/asas vestigiais e corpo preto/asas longas?

A resposta não foi difícil de ser obtida, estava relacionada com os fenótipos corpo cinza / asas vestigiais e corpo negro /asas longas, eram recombinantes e pela ocorrência de crossing-over na meiose.

   A diferença em cada caso está nas proporções obtidas. No caso da 2ª lei de Mendel, haverá 25% de cada fenótipo. No linkage com crossing, todavia, os dois fenótipos parentais surgirão com frequência maior do que as frequências dos recombinantes.

   Frequentemente, nos vários cruzamentos realizados do tipo AaBb X aabb, Morgan obteve os dois fenótipos parentais (AaBb e aabb), na proporção de 50% cada. Para explicar esse resultado, ele sugeriu a hipótese que os genes ligados ficam tão próximos um do outro que dificultam a ocorrência de crossing over entre eles. Assim, por exemplo, o gene que determina a cor preta do corpo da drosófila e o gene que condiciona a cor vermelha dos olhos ficam tão próximos que entre eles não ocorre permuta. Nesse caso se fizermos um cruzamento teste entre o duplo-heterozigoto e o duplo-recessivo, teremos nos descendentes apenas dois tipos de fenótipos, que serão correspondentes aos tipos parentais.

  • Hereditariedade humana

   A investigação nos humanos é difícil, ao contrário do que já referimos nas moscas-da-fruta, nós temos um grande número de cromossomas, o nosso ciclo de vida é longo, temos poucos descendentes e obviamente que não podemos fazer cruzamentos experimentais.

Esta investigação pode ser feita de uma forma tradicional e menos onerosa através de árvores genealógicas ou heredogramas de famílias que nos poderão permitir perceber a hereditariedade ao longo de várias gerações na transmissão de determinados caracteres.  

 

   Através da análise de uma árvore genealógica é possível determinar se um alelo é recessivo ou dominante e ainda a sua localização em autossomas (hereditariedade autossómica) ou em heterossomas (hereditariedade ligada ao sexo).

Para que todos possam entender as árvores, em todas as situações e em qualquer parte do mundo, foi necessário criar uma simbologia.

  • Hereditariedade autossómica

   Walter Sutton e Theodor Boveri no inicio de século XX, chegaram à conclusão que o comportamento dos factores referidos por Mendel nas suas experiências se assemelhava ao dos cromossomas durante as divisões da meiose. Estes dois cientistas concluiram que os genes estariam localizados nos cromossomas, teoria que ficou conhecida, em 1902, como Teoria Cromossómica da Hereditariedade. Thomas Morgan tem um papel fundamental na compreensão dos processos de segregação independente de um determinado gene.

 

Sistema ABO

   Os diferentes grupos sanguíneos, vulgarmente chamados de tipos de sangue, são caracterizados pela presença na superfície da membrana das hemácias de glicoproteínas globalmente chamadas antigénios (ou aglutinogénios).

   No plasma podem ainda estar presentes proteínas muito relacionadas com os antigénios das hemácias a que se chamam anticorpos. São justamente esses anticorpos que desencadeiam reações de aglutinação em determinadas transfusões sanguíneas.

Nota: Proteínas - substâncias que são sintetizadas apartir de genes.

            Hemácias - têm apenas a função de transportar oxigénio e outros gases, no entanto, são importantes para a transfusão de sangue pois as hemácias presentes no sangue possuem anticorpos, impedindo a entrada de hemácias de tipos diferentes.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Drosophila, consultado a 05 de janeiro de 2017, às 16:41h.

Fig. 7: Drosophila melanogaster, fêmea e macho respetivamente.

Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/doze/unidade2.html, consultado a 15 de janeiro de 2017, às 18:50h.

Fig. 8: Cromossomas XX e XY, fêmea e macho respetivamente.

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Expressão Génica

  • A expressão génica é o processo pelo qual a informação hereditária contida em um gene, tal como a sequência de DNA, é processada e um produto génico funcional, tal como proteínas ou RNA.

  • Conjunto de acontecimentos que conduzem à manifestação funcional de um gene.

Regulação do material genético

   Um aspeto interessante a considerar no estudo da hereditariedade é o de saber o que se passa entre o genótipo e o fenótipo, isto é, esclarecer a forma como os genes condicionam as características dos indivíduos. Este processo tem como mecanismo central a síntese proteica.

- O trabalho de François Jacob e Jacques Monod nos anos 1950 mostrou como o metabolismo da lactose é regulada geneticamente. Examinemos o sistema sob duas condições: a presença e a ausência de lactose.

  • As características para a regulação de lactose incluem genes codificantes de proteínas de ligação ao DNA.

Nota: Para a degradação da lactose são necessárias três enzimas cuja síntese é comandada por três genes (Z, Y e A), chamados genes.

   A lactose é um dissacarídeo formado por glicose e galactose. Para a bactéria utilizar a lactose como fonte energia, a bactéria tem sintetizar 3 enzimas:

-Galactosidae

-Galactose permease

-Galactose transcetilase

Operão LAC

 

- É formado por 3 genes estruturais (lacZ, lacY, lacA) que codificam as enzimas necessárias ao metabolismo da lactose.

- É também formado por dois segmentos de DNA que controlam a transcrição dos genes estruturais - o promotor e o operador.

   No vídeo abaixo está representado o operão LAC e como o mesmo funciona na presença de lactose como também na ausência de lactose (ver até ao minuto 5:10min).

Para a sua síntese são necessários os genes estruturais - lacZ, lacY, lacA.

   No vídeo abaixo está representado o operão trp e como o mesmo funciona na presença de triptofano como também na ausência de triptofano (ver até ao minuto 4:35min).

   Operões são grupos específicos de genes estruturais com funções relacionadas, bem como sequências de DNA responsáveis pelo seu controlo, funcionando o conjunto como uma unidade.

Promotor: região onde a enzima RNA polimerase, responsável pela transcrição dos genes estruturais, se liga.

Operador: gene onde se pode ligar o repressor, impedindo a transcrição dos 3 genes estruturais.

Nota: O repressor provém da proteína.

  • Alterações no material genético

   O genoma dos indivíduos, em circunstâncias diversas experimenta alterações. Essas alterações ocorrem frequentemente, de forma espontânea, como resultado da ação de agentes internos ou externos nos organismos.

MUTAÇÕES

   Os investigadores estimam que m cada célula, em condições normais, ocorrem, por dia, inúmeras alterações ao nível do DNA.

   As alterações permanentes no genoma dos indivíduos designam-se por mutações, sendo os indivíduos que as possuem, mutantes.

Nota: As mutações podem ter maior ou menor abrangência, afetando por vezes, um ínico gene ou alterado, noutros casos, a globalidade dos cromossomas do indivíduo.

Mutações

  • Genéticas

    • Substituição;​

    • Inserção;

    • Deleção.

  • Cromossómicas

    • Estruturais;​

    • Numéricas.

A

T

G

C

A

T

  • Substituição de um nucleótido por outro diferente.

  • Altera completamente a mensagem, pois vai afetar todos os codões existentes apartir daquele que foi alterado e, consequentemente, a proteína por ele formado.

  • Altera, assim como na inserção, a proteína formada pelo novo conjunto de codões.

- De ambos os casos resultam células com excesso ou com défice de cromossomas.

«X» - 38% dos gâmetas com anomalias cromossómicas numéricas resultam embriões que ou sobrevivem ou sofrem aborto espontâneo. 

2n + 1 resulta de um trissomia

2n - 1 resulta de uma monossomia

                           Síndroma de Turner                                                                   Síndroma de Klinefelter 

  • A síndrome de Turner é uma monossomia caracterizada pela presença de apenas um cromossomo sexual X, sendo o portador, portanto, do sexo feminino.Descrita em 1938 por Henry Turner, a Síndrome de Turner é uma anomalia genética que está associada à monossomia. Isso significa que ela é resultado de uma variação no número de cromossomos, apresentando apenas um cromossomo sexual X. Em razão da presença do cromossomo X, a pessoa afetada é do sexo feminino e apresenta cariótipo 45, X.Estima-se que essa doença afete um a cada 2500 nativivos, sendo que, na maioria das vezes, as gestações de meninas com essa síndrome resultam em aborto. Estima-se que apenas 1% das gestações de fetos com síndrome de Turner chegue até o fim.

  • A Síndrome de Klinefelter é uma aberração cromossômica numérica, onde o portador é do sexo masculino e apresenta o cariótipo 47, XXY. Essa síndrome foi descrita corretamente pela primeira vez em 1942, por um médico chamado Harry Klinefelter. Antes disso, essa doença já era observada e sabia-se que o portador tinha 47 cromossomosEssa doença é muito comum na espécie humana e ocorre em 1 a cada 500 meninos nascidos. Muitos indivíduos apresentam a condição, mas levam uma vida normal, sem saberem que são portadores.

  • Alteração númerica de cromossomas

Poliploidia

   A Poliploidia é a ocorrência de dois ou mais pares de cromossomos homólogos numa célula. O número de cromossomas destes seres é um múltiplo do número de cromossomas do gâmeta: 3n, 4n…

   Pode resultar da não disjunção dos cromossomas homólogos na mitose ou na meiose, pode resultar de não haver citocinese, ficando a célula com 4n.

   Estes seres não se podem cruzar com os da sua espécie mas podem reproduzir-se assexuadamente. É muito frequente nos vegetais e pode trazer vantagens para o homem, que provoca a poliploidia das plantas em laboratório para seu proveito.

   Um exemplo de poliploidia é o facto de muitas plantas que apresentam esta mutação, poderem apresentar frutos muito grandes para lhes permitir a colonização rápida noutras áreas.

    Um dos contributos mais importantes para a revolução biotecnológica foi, sem dúvida, a descoberta das enzimas de restrição, que vieram a constituir a primeira «ferramenta» da engenharia genética. Estas enzimas cortam a hélice dupla do DNA em zonas específicas sempre que as encontram.

Enzimas de restrição

   As enzimas de restrição cortam o segmento em dupla

hélice de DNA em locais específicos. Mas a enzima só

cortará a molécula se encontrar uma determinada

sequência de bases nas duas hélices lidas sempre de

5´para 3´. Sempre que encontrar essa sequência a enzima

corta o DNA, originando pequenos fragmentos de DNA

enrolados em dupla hélice e que terminam em pequenas

porções de DNA em cadeia simples (extremidades

coesivas). Estas extremidades, podem ligar-se por

complementaridade a outras moléculas de DNA, e esta

ligação tem a intervenção de outras enzimas, as ligases

do DNA.

   Foi esta descoberta que permitiu aos cientistas

transferirem o DNA de um ser para outro, a que se dá o

nome de vetor (o ser que recebe o DNA). Os vetores

que são utilizado na engenharia genética, são

normalmente, as bactérias, mas também se utilizam 

vírus, leveduras e outras células eucarióticas. As bactérias contêm pequenas moléculas circulares de DNA, designadas por plasmídeos.

 

   O plasmídio é o material genético circular não ligado ao cromossoma que fica espalhado pelo hialoplasma das bactérias. Ele sofre o mesmo processo do DNA cromossomal de transcrição e tradução, além de, se multiplicar a cada divisão celular, passando uma cópia para cada célula “filha”.

   O plasmídeo é retirado da bactéria para que se possa introduzir o DNA do outro organismo.

Resumidamente:

  1. Quer-se estudar um gene humano que produz uma proteína que não se sabe a função.

  2. “Recorta-se” o gene de interesse através das enzimas de restrição, do DNA humano;

  3. Esse fragmento de DNA contendo o gene é multiplicado por PCR (reações de polimerização em cadeia) para obtermos várias cópias do mesmo fragmento (ou da mesma informação);

  4. A mesma enzima que cortou o gene do DNA humano é utilizada para cortar o plasmídeo bacteriano;

  5. A seguir o plasmídeo cortado é misturado com os fragmentos de DNA (contendo o gene) e a enzima ligase “cola” as extremidades coesivas dos fragmentos ao plasmídeo, produzindo o chamado DNA recombinante.

  6. Finalmente o DNA recombinante é introduzido numa bactéria hospedeira;

  7. A bactéria hospedeira é colocada em meio nutritivo seletivo, apenas aquelas que possuem o DNA recombinante crescem, formando colónias. Após muitas gerações de bactérias, o produto da expressão dos genes, as proteínas humanas, são purificadas das bactérias (são separadas das proteínas das bactérias).

  8. Este método produz uma grande quantidade de proteínas humanas possibilitando assim, seu estudo.

Fundamentos de engenharia genética

DNA Complementar (cDNA)

   O DNA complementar é DNA sintetizado a partir de um molde de mRNA maduro (isto é, molécula só com exões, após terem sido removidos os intrões) numa reação catalisada por duas enzimas, a Transcriptase Reversa e a polimerase do DNA.

   O cDNA é utilizado para clonar genes de eucariontes em procariontes. Isto porque os procariontes não têm maturação do RNA logo fariam a redução de todo o DNA. Por exemplo, para expressar uma determinada proteína numa célula onde geralmente não é expressa (expressão heteróloga), transfere-se cDNA que codifica a proteína para a célula alvo. O cDNA também pode ser produzido por retrovírus, que o utilizam como mecanismo de infeção.

 

- Síntese de cDNA numa célula eucariótica:

 

   O método mais utilizado é a partir de mRNA maduro catalisado pela enzima Transcriptase reversa. A enzima atua no mRNA de cadeia simples gerando uma cadeia de DNA complementar.

  1. O DNA é transcrito em mRNA;

  2. O mRNA sofre maturação e são removidos os intrões, e adicionados uma poli-A à extremidade 5’ e um grupo metil-guanina extremidade 5’

  3. As várias moléculas de mRNA maduro são extraídas da célula

  4. Adiciona-se transcriptase reversa e nucleótidos, e a síntese do cDNA propriamente dita é iniciada

  5. Para sintetizar cadeias de DNA adicionais é necessário digerir a cadeia de RNA usando a enzima RNA polimerase A

  6. Após a digestão do RNA, o DNA de cadeia simples enrola dado que as cadeias simples de ácidos nucleicos têm propriedades hidrofóbicas.

   O cDNA pode ser utilizado para criar bibliotecas de cDNA, que são arquivos das sequências dos mRNA de uma dada célula ou organismo. Tendo a informação de uma biblioteca de cDNA para um organismo permite cloná-lo noutro organismo, o que é de extrema importância para reproduzir, por exemplo, proteínas importantes para os humanos em espécies não humanas.

  1. O gene regulador produz um repressor que é inativo;

  2. O triptofano liga-se ao repressor, ativando-o;

  3. O reprresor liga-se ao operador;

  4. A RNA-polimerase não pode ligar-se ao gene promotor;

  5. Não se dá a transcrição;

  6. Não se sintetizam as enzimas necessárias à síntese de triptofano.

  • Na presença de triptofano

  1. O gene regulador produz um repressor que é inativo,

  2. O gene operador está livre;

  3. A RNA-polimerase pode ligar-se ao gene promotor;

  4. Dá-se a transcrição;

  5. Ocorre a síntese das enzimas necessárias à síntese do triptofano.

  • Na ausência de triptofano

   Na figura acima é possível ver que o mRNA funciona de molde para a síntese de uma cadeia de DNA, que é um processo inverso do que se passa habitualmente na transcrição. Por esta razão, a enzima que cataliza esta síntese chama-se transcriptase reversa.

   A Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) é definida como uma técnica de amplificação de ácido desoxirribonucleico (DNA) sem utilizar organismos vivos.

   Este processo foi descrito primeiramente por Kary Mullis, no ano de 1983, sendo que somente dez anos depois foi lhe concedido o Prémio Nobel da Química pelo seu trabalho. No ano de 1989, a Hoffman La Roche & Perkin Elmer Corporat-ion patenteou esta técnica.

   Atualmente, o PCR é utilizado em laboratórios de investigação

médica e biológica objetivando diferentes tarefas, como a

identificação de doenças hereditárias, a construção de árvores

filogenéticas, a clonagem de genes, teste de paternidade, deteção

de organismos causadores de infeções, conceção de organismos

transgênicos, entre outras.

   Para a realização deste procedimento, o primeiro passo é extrair

o material genético da célula ou do local a ser estudado com

cuidado para que o mesmo não seja danificado e nem sofra

contaminação. Habitualmente, o material coletado é o DNA;

todavia, pode-se utilizar o RNA em uma RT-PCR que consiste em

um desdobramento do PCR e apresenta outras aplicações.

   Após a extração do material, juntamente a este é adicionada uma

mistura, também chamada de pré-mix, na qual estão presentes os

dNTPs (desoxirribonucleotídeos trifosfato), sendo estas bases

nitrogenadas ligadas com um três fosfato, os denominados primers 

(também conhecidos por oligonucleotídeos ou iniciadores) e a

enzima DNA polimerase em uma solução tampão. Este material

vai para um aparelho conhecido como termociclador, aquecendo e

esfriando o material ali contido em ciclos de temperatura

pré-estabelecidos.

 

   Primeiramente, o tudo é aquecido a uma temperatura entre 90° a 96°C para que ocorra a desnaturação do DNA (separação das fitas). Por conseguinte, a temperatura do termociclador cai (50° a 60°C) para que haja a hibridização ou anelamento. Neste ponto do procedimento, os primersse ligam com especificidade às suas sequências complementares do DNA. Subseqüentemente, há uma elevação da temperatura a aproximadamente 72°C para que ocorra a síntese pela polimerase (extensão de uma nova molécula). Em seguida, um novo ciclo é iniciado, sendo que normalmente são realizados de 25 a 40 ciclos para cada reação, apresentado taxa de replicação exponencial.

   A análise do resultado é feita por um meio da eletroforese em gel de agarose ou de poliacrilamida, sendo interpretada por um profissional treinado.

   Certos problemas técnicos podem interferir no resultado do PCR, como a contaminação do material por substâncias que conhecidamente inibem a reação, como é o caso da hemoglobina, bem como a contaminação por um material genético que não está sendo estudado. Deste modo, para reduzir as chances de erro, os profissionais que manuseiam as amostras devem adotar certas medidas, como o uso de luvas, tubos descartáveis, dentre outras.

IR: Imunidade e controlo de doenças

Fig. 9: Não disjunção dos cromossomas durante a meiose ou durante a mitose, por exemplo, indivíduos com 4 conjuntos de cromossomas e não com 2, como sucede habitualmente.

Fonte: http://www.netxplica.com/diapositivos/biologia12/poliploidia/19.html, consultado a 06 de fevereiro de 2017, às 18:12h.

Fonte: https://ghr.nlm.nih.gov/art/large/turner-syndrome-karyotype.jpeg, consultado a 06 de fevereiro de 2017, às 19:22h.

Fig. 10: Síndrome de Turner.

Fonte: https://ghr.nlm.nih.gov/art/large/klinefelter-syndrome-karyotype.jpeg, consultado a 06 de fevereiro de 2017, às 19:40h.

Fig. 11: Síndrome de Klinefelter.

Fonte: http://www.netxplica.com/diapositivos/biologia12/poliploidia/19.html, consultado a 09 de fevereiro de 2017, às 15:04h.

Fig. 12: Poliploidia.

Fonte: http://i48.tinypic.com/2igfa5i.jpg, consultado a 09 de fevereiro de 2017, às 15:16h.

Fig. 13: Como funcionam as enzimas de restrição.

Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-bOZNLN8Nd1Q/T8pFv1op5uI/AAAAAAAAB5E/0lvTaHmuzqQ/s1600/ap4.jpg, consultado a 09 de fevereiro de 2017, às 15:31h.

Fig. 15: Extremidades coesivas.

Fig. 14: Técnica do DNA recombinante.

Fig. 16: Formação do DNA complementar.

Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-N2Jb4OKEDdQ/TZ3F_TCE_iI/AAAAAAAAAFU/GibepZV8nws/s1600/bvvv.jpg, consultado a 14 de fevereiro de 2017, às 21:45h.

Fig. 17: Reações de polimerização em cadeia.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=dGBTppuUNF4, visualizado a 15 de janeiro de 2016, às 21:00h.

Vídeo 3: Linkage e Segregação independente.

Vídeo 4: Sistema Sanguíneo ABO.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=REMsxGEQ0OA, visualizado a 15 de janeiro de 2016, às 21:18h.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=LuOaEe89_HE, visualizado a 27 de janeiro de 2016, às 16:20h.

Vídeo 5: Lac operon.

Vídeo 6: Trp operon.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=EvLy_1_Y3tk, visualizado a 27 de janeiro de 2016, às 16:39h.

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