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Investigadores de Coimbra descobrem forma de travar a Doença de Machado-Joseph

   Trabalho está a ser desenvolvido por duas equipas do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra.

 

   Duas equipas do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (UC) descobriram que a progressão da Doença de Machado-Joseph (DMJ) pode ser travada por uma redução de calorias controlada ou através da substância resveratrol, a qual está pronta a ser testada em ensaios clínicos.

 

   A Doença de Machado-Joseph é uma doença incurável, fatal e hereditária, de grande prevalência nos Açores, sendo caracterizada pela descoordenação motora, atrofia muscular, rigidez dos membros, dificuldades na deglutição, fala e visão, associadas a um progressivo dano de zonas cerebrais específicas. Os resultados conseguidos pelas equipas portuguesas foram publicados na revista científica Nature Communications, adianta a Universidade de Coimbra.

 

   Segundo a investigação os resultados positivos em ratinhos de laboratório verificaram-se não só ao nível dos sintomas mas observando-se um bloqueio efetivo do desenvolvimento da doença. "O estudo sugere que uma ligeira redução de calorias, extremamente controlada, sem incorrer no risco de malnutrição e com a presença de todos os nutrientes essenciais ao organismo, ou a administração de resveratrol, contribuem para a melhoria da coordenação motora, marcha, equilíbrio, neuropatologia e ativam o processo de reciclagem dos elementos envelhecidos e danificados das células", explica Cláudia Cavadas, coordenadora de uma das equipas de investigação.

 

   Luís Pereira de Almeida, coordenador da equipa parceira de investigação, salienta que "os efeitos benéficos obtidos são explicados através de um regulador de informação presente nas células, chamado sirtuina 1, uma enzima cujos níveis aumentam no cérebro através da redução calórica ou administração de resveratrol". O mesmo adianta que estão a ser feitos os esforços para testar os resultados do resveratrol em ensaios clínicos, o que está dependente de terem financiamento.

 

   A investigação foi financiada por fundos FEDER através do COMPETE - Programa Operacional Fatores de Competitividade via Fundação para a Ciência e a Tecnologia, pelos programas europeus E-Rare e JPND, pela AFM e pelo fundo privado Richard Chin and Lily Lock Machado-Joseph Research Fund.

Comentário:

    É bom saber que no nosso país existem entidades que conseguem com um grande trabalho descobrir curas para doenças até antes desconhecidas. Neste caso foi uma doença muito comum nos açores.

   Assim resta-nos esperar para uma mais gratificante descoberta por parte do povo português, pois apesar de sermos um povo pequeno e com poucas oportunidades ainda temos estudantes e formados capazes de fazerem descobertas nunca antes feitas.

   A verdade é que, sendo nós seres em constante movimento, os vírus comecem a viajar por grandes distâncias apoderando-se de múltiplos organismos.

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