«03 de Setembro, Dia do Biólogo! Sucesso e Prosperidade para si!»
BIOLOGIA
Primeiros cães concebidos por fertilização in vitro nascem nos EUA
Após muitos anos de estudo, a fertilização in vitro está se tornando uma realidade no mundo animal. Os primeiros filhotes de cachorro concebidos em laboratório nasceram, em julho, nos Estados Unidos. Apesar o nascimento ter acontecido meses atrás, o caso só foi divulgado na última terça feira (08), na revista científicaPLOS ONE.
De acordo com informações da Associated Press, os primeiros “cães de proveta” do mundo são uma mistura de beagle, labrador e cocker spaniel e fazem parte de uma pesquisa da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Cornell. Ao todo, sete filhotes nasceram fruto da experiência. Seis deles foram adotados e uma fêmea da mesma ninhada foi mantida no laboratório para ter sua própria cria.
Apesar de a primeira fertilização in vitro em humanos ter sido realizada com sucesso em 1978, pesquisadores não estavam conseguindo adaptar o processo aos animais. De acordo com o pesquisador Pierre Comizzoli, do Instituto Smithsonian de Biologia de Conservação em Front Royal, na Virginia, os esforços para realizar fertilização in vitro em cachorros tinham falhado até agora.
“A biologia do cachorro é realmente muito diferente da dos humanos”, disse Comizzoli. A gravidez dos cães dura apenas dois meses e as fêmeas entram no cio apenas uma ou duas vezes por ano e liberam óvulos imaturos, em vez dos maduros, necessários para a fertilização in vitro.
Segundo os pesquisadores, a fertilização in vitro para cães pode ser usada para preservar espécies em perigo e também selecionar embriões para evitar futuros problemas de saúde relacionados às raças.
Comentário:
Depois de algumas pesquisas é interessante saber que:
Para a fertilização in vitro em seres humanos:
Na fecundação in vitro (FIV), os ovócitos são recolhidos a partir dos ovários, sendo de seguida fecundados com espermatozóides em meio laboratorial. Os embriões assim obtidos são posteriormente transferidos para o útero da mulher. Ou seja, ao contrário do que sucede por exemplo na IIU, na FIV a fecundação ocorre fora do organismo da mulher.
O nascimento da primeira criança por uma técnica de Procriação Medicamente Assistida resultou de um tratamento de FIV realizado em Inglaterra, em 1978. Em Portugal, a primeira criança resultante de um tratamento de FIV nasceu em 1986, após um tratamento conduzido no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Atualmente realizam-se centenas de milhares de ciclos de FIV em todo o mundo, sendo este um procedimento seguro, bem estabelecido e com uma excelente percentagem de sucesso.
Para a fertilização in vitro em cachorros:
Para a fertilização in vitro ser bem sucedida, os cientistas precisam fertilizar um óvulo maduro com um espermatozoide para produzir um embrião. Em seguida, é preciso retornar o embrião para uma fêmea no momento certo de seu ciclo reprodutivo.
No entanto, o ciclo reprodutivo dos cães é diferente de outros mamíferos, pois seus óvulos demoram mais para amadurecer. Além disso, as fêmeas só podem engravidar uma ou duas vezes por ano e os espermatozoides dos cães precisam dos elementos químicos certos (encontrados no útero da fêmea) para conseguir fertilizar o óvulo. Por essas e outras peculiaridades, as tentativas de fertilizar fêmeas de cães vêm sendo feitas desde os anos 1970, sem sucesso.
Para contornar essas adversidades, os cientistas descobriram que, se eles deixassem os óvulos dentro da fêmea um dia a mais, a fertilização teria mais chances de ser bem sucedida. O sistema de reprodução de uma fêmea também prepara o esperma para a fecundação e, por isso, os pesquisadores tiveram de encontrar uma forma de reproduzir o efeito dentro de tubos de laboratório, com o balanceamento ideal dos químicos.
Após essa etapa, que atingiu uma eficácia na fertilização de mais de 80% os pesquisadores congelaram os embriões até que as fêmeas estivessem exatamente no ponto certo de seu ciclo reprodutivo, antes da implantação.
Após quatro décadas de tentativas, sete filhotes de beagle nasceram saudáveis. Segundo os cientistas, o procedimento pode salvar espécies ameaçadas de extinção e prevenir doenças genéticas.
Os pesquisadores acreditam que o procedimento pode ajudar na conservação de espécies ameaçadas de extinção e também abre caminho para a edição genética dos embriões que poderiam ajudar a erradicar problemas hereditários não só em cães, mas também em seres humanos.
“Todo o potencial da genética canina ainda não tinha sido usada por causa da falta do sucesso na fertilização in vitro. Os cães são também um modelo bastante utilizado para estudos sobre transplante de célula-stronco e terapia genética, e algumas raças tem predisposições a características e patologias que também atacam os humanos”, escrevem os autores no estudo.
Assim, no futuro, filhotinhos como esses poderiam uma poderosa ferramenta científica para a compreensão da base genética de doenças que nos afetam e ainda têm o funcionamento desconhecido, como Alzheimer ou Parkinson.
Fonte:
-
https://www.publico.pt/2016/07/25/sociedade/noticia/portugal-conquista-medalha-de-bronze-nas-olimpiadas-de-biologia-1739361, visualizado a 25 de novembro de 2016, às 19:03h.
-
http://veja.abril.com.br/ciencia/conheca-os-primeiros-caezinhos-nascidos-por-fertilizacao-in-vitro/, visualizado a 25 de novembro de 2016, às 19:12h.