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BIOLOGIA
Hospitais de Coimbra ultrapassaram os 3.000 transplantes renais
Portugal é o quarto país europeu com maior taxa de transplantes por milhão de habitantes.
O serviço de Urologia e Transplantação
Renal do Centro Hospitalar e
Universitário de Coimbra (CHUC)
anunciou hoje ter ultrapassado a barreira
dos 3.000 transplantes renais, um número
"bastante representativo" à escala
europeia.
"De há muitos anos para cá tem sido o
centro português com maior número de
transplantes", disse o diretor do serviço,
Arnaldo Figueiredo, que dirige a unidade
desde maio de 2016, salientando que
Portugal é o quarto país europeu com
maior taxa de transplantes por milhão de
habitantes.
Em declarações à agência Lusa, o
especialista salientou que 3.000
transplantes é um número muito representativo a nível europeu, pois a maioria dos centros de transplantação "não tem este número de doentes", o que "coloca o CHUC, verdadeiramente, na linha da frente".
Em Espanha, que tem um nível de transplantação global superior a Portugal, mas distribuídos por 50 centros, haverá individualmente apenas "um centro em Madrid que tem um volume de transplantação como o do CHUC, sendo os outros todos inferiores".
A organização dos transplantes em Portugal assenta em três centros: Sul, Norte e Centro. O do Centro tem uma taxa de 38 a 40 dadores por milhão de habitantes, superior aos 27 do Sul e 22 do Norte.
"Se considerássemos a zona Centro um país, o Centro seria o país da Europa que tinha maior taxa de dadores por milhão de habitantes", sublinhou Arnaldo Figueiredo, que realça o trabalho desenvolvido pelo gabinete de coordenação da região Centro na colheita dos órgãos.
"O nosso recorde de transplantes é 177 num ano, mas temos uma média dos últimos dois anos que andará nos 140, o que faz com que o número 2.000 tenha sido festejado em 2010 e que, menos de sete anos depois, estejamos a assinalar o número 3.000", acrescentou.
O número 3.000, alcançado a 27 de abril, assume importância "não só por ser, de longe, no centro português com maior número de transplantes feitos, acumulado e anual, mas também por ser numa área que é merecedora de atenção especial, porque a insuficiência renal crónica é uma doença com uma prevalência crescente".
Desde essa data, o serviço de Urologia e Transplantação Renal do CHUC, que trabalha em estreita parceria com o serviço de Nefrologia, já efetuou 12 transplantes, mantendo um ritmo "irregular, com picos, em que se pode fazer num fim de semana 12 e depois estar 15 dias sem fazer nenhum, porque a maioria [90%] são transplantes de cadáver".
Na transplantação renal não se pode falar em listas de espera, porque, segundo Arnaldo Figueiredo, um doente pode demorar "uma semana ou oito anos" a ser transplantado, dependendo de vários fatores, sobretudo da compatibilidade do doente com o dador.
"A oferta é inferior à procura. Temos menos órgãos para transplantação do que aqueles que seriam necessários, sendo inevitável que quem entre em hemodiálise fique algum tempo a aguardar", disse o médico.
O aumento significativo da sobrevida dos doentes registado nos últimos anos "deve-se ao avanço da medicina e dos fármacos, e ao acompanhamento" médico, refere o diretor do serviço, considerando que "isso é tanto mais notável quanto a qualidade dos órgãos dos dadores tem diminuído".
Segundo o especialista, a idade média dos dadores cadáver há 10 ou 15 anos era cerca de seis anos inferior àquela que é agora, porque grande parte dos dadores eram jovens vítimas de acidentes de viação e traumatismos cranioencefálicos.
"Agora, é o contrário, a grande maioria dos dadores são vítimas acidentes vasculares cerebrais, mais idosos, com hipertensão", adiantou Arnaldo Figueiredo.
Ainda assim, acrescentou, "conseguem-se taxas de sobrevida do enxerto ao final de um ano na casa dos 95% e a 10 anos na ordem dos 70%".
Para prevenir doenças renais, o responsável médico aconselha a população a praticar exercício físico com regularidade, não fumar e ter uma alimentação equilibrada, sem excesso de proteínas.
O serviço de Urologia e Transplantação Renal do CHUC abrange doentes do Algarve a Bragança e serve toda a zona Centro, onde residem 2,7 milhões de pessoas, sendo o único serviço de urgência da região com urologista permanente.
Comentário:
Depois de algumas pesquisas:
A transplantação renal é, na maior parte das vezes, aplicada em doentes que já se encontram em programa de diálise, embora seja possível efetuá-la antes de iniciar tratamento dialítico.
As grandes vantagens que a transplantação renal apresenta em relação às técnicas dialíticas resultam de o rim transplantado ser um órgão vivo que possui todas as funções que lhe são próprias. Para além de, por meios naturais, regular o metabolismo de diversas substâncias (água, sódio, potássio, etc.) e de eliminar outras que são tóxicas, também produz hormonas que regulam funções muito importantes, designadamente, entre outras, as que promovem a formação dos glóbulos vermelhos do sangue e as que regulam regeneração dos ossos. Por isso, e por permitir que o doente se liberte de algumas das restrições impostas pela diálise, a transplantação renal é a modalidade terapêutica que faculta uma melhor qualidade de vida e uma maior esperança de vida.
Nem todos os doentes renais são candidatos aptos para transplante renal. Existem certas condições clínicas que não permitem a realização de um transplante. A equipa de cuidados de saúde avaliará o seu estado clínico para transplante.(Todos as pessoas em diálise são avaliados pelos médicos nefrologistas que informam sobre a possibilidade de integrar ou não a lista de transplante.)
O tempo de espera para um transplante varia. Não existem dadores renais cadáveres suficientes para todas as pessoas que necessitam de um transplante renal, por isso podem ficar em lista de espera, durante algum tempo.
Antes do transplante, são realizados testes especiais ao sangue para determinar a compatibilidade do rim. Mesmo que tenha um parente que lhe deseje doar um rim, o rim pode não ser compatível. Apesar da hipótese ser baixa. É possível haver rejeição de um rim compatível.
Fontes:
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http://www.dn.pt/sociedade/interior/hospitais-de-coimbra-ultrapassaram-os-3000-transplantes-renais-7950734.html, consultado a 29 de abril de 2017, às 22:08h.
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http://www.saude.pi.gov.br/uploads/post/image/6135/full_unnamed.jpg, visualizado a 29 de abril de 2017, às 22:24h.